Não é de hoje que os moradores das cidades da região andam se deparando com a visita de animais silvestres. E devemos estar preparados para isso, alertou o capitão Alonso Ferreira, da Polícia Ambiental de Fernandópolis, em entrevista à Rádio Difusora FM em 2023 quando já alertava para a frequência cada vez maior da presença desses animais nas áreas urbanas.
A expansão das cidades, se aproximando do território destinado a vida comum desses animais e a melhoria da qualidade ambiental da região, são fatores que explicam essa aproximação, diz o policial.
Nesta semana, por exemplo, foram registrados mais três episódios na região. Noite de segunda-feira, 16, os moradores do bairro Antonia Franco, zona sul da cidade, alertados pelos latidos dos cães, se depararam com uma serpente da espécie Antaresia Stimsoni, conhecida como Piton de Stimson. Neste caso, não se trata de animal da fauna silvestre, mas de um animal exótico que apareceu na cidade em razão de soltura inadequada.
A equipe “Prontidão Verde” da Estação de Fernandópolis, capturou uma serpente da espécie que estava em via pública. O animal foi encaminhado para especialista para a destinação correta. Como não se trata de animal da fauna regional, a soltura inadequada desses animais exóticos pode causar um grande desequilíbrio ambiental por não terem predadores naturais. Exemplos de desequilíbrio é a proliferação indiscriminada do Javali, o Java porco, que tem causado estragos em lavouras da região e tem autorização de caça para controle da espécie.
O segundo caso foi de uma onça parda que foi flagrada por câmeras de segurança caminhando tranquilamente pelas ruas do bairro Fraternidade 2, em Rio Preto. Na quinta-feira, um terceiro caso de aparecimento de onça-parda na área urbana foi registrada em Catanduva.
No ano passado, em agosto, uma onça-parda apareceu em Fernandópolis e invadiu uma casa no bairro Coester. Foi montada uma operação para captura do animal e soltura em área de mata na região.
“Com nossos rios e florestas cada vez mais preservados, vamos continuar registrando essas aparições de animais silvestres na área urbana. Mas, devemos deixar claro que esse animal não tem interesse de transformar a cidade em seu habitat. Eles, por algum motivo, acabaram aparecendo na cidade. O ideal é que, ao se deparar com um animal, permita a sua fuga, que ele volte para seu habitat natural sem contato com o ser humano”, explica o capitão da Polícia Ambiental.
“Nós orientamos a população para que o convívio entre o ser humano e a fauna se torne o mais seguro possível e isso passa pela educação ambiental”, diz. Ele reforça o foco na segurança, ou seja, não tente capturar, nem acuar um desses animais. “O ideal é permitir a fuga ou ligue para a Polícia Ambiental e o Corpo de Bombeiros para o resgate seguro. Esses animais costumam ter mais medo da gente, do que a gente dele. Dificilmente alguém vai se deparar com uma onça, por exemplo, durante o dia ou que ela venha atacar uma pessoa, porque ela tem o costume de fugir na presença humana”, afirmou na entrevista que concedeu à Rádio Difusora FM no ano passado.
Na foto, a cobra capturada esta semana em Fernandópolis, a onça-parda passeando por rua de Rio Preto e a onça-parda que invadiu residência no dia 10 de agosto do ano passado em Fernandópolis.