Ligada ao SUS - Sistema Único de Saúde - e gerida pela Secretaria de Saúde de São Paulo, a Rede Lucy Montoro vai começar a usar exoesqueletos. Adquiridos por US$ 200 mil, os equipamentos permitem que pacientes com deficiências motoras severas andem, agachem, se movam para os lados e até subam degraus.
São dois equipamentos adquiridos e um deles virá para a Unidade de Reabilitação Lucy Montoro em Fernandópolis. O anúncio foi feito no dia 22 de maio, durante a comemoração dos 15 anos da rede, com a presença do governador Tarcísio de Freitas e do médico e diretor da unidade Flávio Benez. O médico, que é paraplégico desde 2014, comemorou a conquista.
Os modelos são do mesmo tipo que viralizou ao ser usado pela senadora Mara Gabrilli (PSD), que ficou tetraplégica em 1994 após sofrer um acidente de carro. A tecnologia que chegará até julho à instituição especializada em tratamentos avançados de reabilitação em São Paulo foi desenvolvida pela startup francesa Wandercraft.
A senadora Mara Gabrilli, que também estava no evento em São Paulo ao lado do médico Flavio Benez, vê com bons olhos que governos estaduais pelo Brasil afora possam seguir a atitude de São Paulo e implementem exoesqueletos. “Investir em tecnologia de saúde garante sustentabilidade para o nosso SUS. É olhar para a saúde como um todo. Gestores públicos com essa visão vão trabalhar para ter exoesqueletos em seus centros de reabilitação”, comentou a senadora.
Os modelos que chegarão ao Brasil chamam-se Atalante. Com vida útil projetada de cinco anos, os aparelhos podem ser usados por pacientes de até 90 kg.
A tecnologia não está disponível em larga escala. Linamara Rizzo Battistella, professora da USP e idealizadora da Rede Lucy Montoro, aponta que o desejo é no futuro permitir que pacientes levem exoesqueletos para casa da mesma forma como ocorre hoje com cadeiras de rodas motorizadas. “Por enquanto, é uma tecnologia de treinamento para desenvolvimento da melhora clínica. Mas no futuro será um equipamento de uso pessoal”, diz Battistella
A médica pontua ainda que o manuseio do exoesqueleto exige um treinamento, que depende de tempo de adaptação, mas que, no caso da Rede Lucy Montoro, os profissionais já estão preparados para operar a tecnologia francesa.
Para Linamara Rizzo Battistella, os custos —US$ 200 mil pelos dois exoesqueletos— são altos por se tratar de ferramentas ainda muito ligadas à pesquisa e em poucas unidades. Uma unidade irá a USP e outra virá para Fernandópolis. (Com informações do portal UOL).