A Santa Casa de Fernandópolis deverá receber nos próximos dias socorro emergencial de R$ 2,1 milhão para ganhar folego e finalizar o projeto de viabilidade econômica para entregar ao governo do estado.
A reunião realizada na segunda-feira, 13, no Palácio 22 de Maio Prefeito Edison Rolim reuniu prefeitos que integram o Cisarf – Consórcio Intermunicipal de Saúde Região de Fernandópolis – vereadores, lideranças e o deputado federal Fausto Pinato por vídeo conferência. O governo do Estado esteve representado pelo diretor da DRS – 15 – Diretoria Regional de Saúde, Guilherme Camargo.
No evento o prefeito André Pessuto assinou o projeto para destinar R$ 2,1 milhões para socorro emergencial do hospital que estava paralisando atividades, agravada por bloqueios judiciais. O valor é proveniente de recursos do Fundo Nacional de Saúde e que foi liberado através de portaria do Ministério da Saúde datada do mês passado. “Esse recurso seria utilizado para reformar todas as unidades básicas de saúde do município, mas em razão da emergência vivida pela Santa Casa, decidimos destinar esse montante para socorrer o hospital”, disse o prefeito André Pessuto. Ele cobrou uma ação efetiva de busca de solução para o problema da Santa Casa que se arrasta nos últimos anos. “Se nada for feito, daqui a dois meses estaremos, de novo, enfrentando esse problema”, avisou.
O provedor da Santa Casa Marcus Chaer fez uma explanação sobre a situação da Santa Casa. Lembrou que o hospital custa por mês R$ 3 milhões, sem contar o custo da dívida entre parcelamentos, acordos judiciais, bloqueios que somam mais de R$ 1 milhão.
O diretor regional de Saúde Guilherme Camargo lembrou que é necessário um projeto de viabilidade econômica para que o estado possa ajudar a construir uma solução para o problema e evitar o fechamento da Santa Casa. “Nós temos que lutar para sair dessa crise e ter uma Santa Casa sustentável. Vocês ganharam um soldado nessa guerra”, disse Guilherme. Ele assumiu o cargo recentemente como coordenador de uma região com 102 cidades e a Santa Casa de Fernandópolis foi o primeiro problema sobre sua mesa.
Camargo, que é de Mirassol e se formou médico em Fernandópolis e casado com uma fernandopolense, disse que conhece a Santa Casa. E fez um apelo: “não deixem a Santa Casa fechar, ficar descredibilizada. Fernandópolis tem uma sociedade engajada e que precisa se unir agora para salvar o seu hospital”. Ele citou o exemplo de Mirassol que há 20 anos fechou sua Santa Casa. “Foi um desastre, a cidade paga o preço até hoje. Foi um retrocesso para a saúde e a cidade”, acrescentou.
O projeto de convênio com a Santa Casa assinado pelo prefeito foi a votação na Câmara no dia seguinte, em regime de urgência e aprovado por unanimidade. O recurso de R$ 2,1 milhão deverá ser liberado para o hospital nos próximos dias. Os vereadores cobraram transparência na aplicação da verba.
Segundo o provedor, o recurso permitirá que a Santa Casa regularize salários dos médicos que estão em atraso e já negociava a retomada de todos os serviços suspensos nas duas últimas semanas.