A hidroginástica vira ferramenta de inclusão para deficientes visuais

20 de Agosto de 2025

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A hidroginástica vira ferramenta de inclusão para deficientes visuais

A hidroginástica é uma atividade física em que são combinados exercícios aeróbicos com a natação, o que proporciona diversos benefícios para a saúde, como perda de peso, melhora da circulação e fortalecimento dos músculos. Essa prática esportiva foi incluída em dois projetos da Secretaria Municipal de Esportes, o “Fernandópolis em Ação” e o “Bom de Escola, Bom de Esporte”.
A hidroginástica foi implantada inicialmente no antigo núcleo da Cesp, que tem piscina construída na década de 70, quando da construção do Núcleo da Cesp, que abrigou funcionários da empresa que trabalhavam na construção da Usina de Água Vermelha. Não é, portanto, apropriada para a prática de hidroginástica, mas vem cumprindo sua função.
O projeto ganhou impulso quando foi formalizada parceria com a Casa de Portugal, que abriu seu parque aquático para implantação de um núcleo de hidroginástica. “Essa parceria veio a calhar e atendeu os interesses da Secretaria de Esportes e da Casa de Portugal porque levou vida para o clube. A comunidade está presente no clube. E foi um estouro. A hidro não só para a terceira idade, mas para a ADVF, trabalho lindo e exclusivo de inclusão social”, comentou o secretário Humberto Cáfaro.
INCLUSÃO
“É muito importante esse momento para nossos usuários, principalmente pela socialização, pela valorização como pessoa, contribuindo para desenvolvimento da autonomia. Eles descobrem que são capazes, com reflexo na saúde mental e na socialização. Os benefícios da atividade física, seja ela qual for, são inquestionáveis”, enalteceu a psicóloga da ADVF – Associação dos Deficientes Visuais de Fernandópolis – Taiane Piscila Martins.  
Ela acrescenta que desde que os portadores de deficiência visual começaram a frequentar o projeto houve uma melhora percebida na autoestima. O grupo começou pequeno e a propaganda boca a boca de quem já percebe a melhora do seu quadro geral físico e mental, tem levado outros usuários da ADVF a buscar inclusão no projeto.
“A inclusão na sociedade e na vida diária representa a garantia de mobilidade e o direito de ir e vir ao nosso usuário. Ele, de fato, começa a se sentir incluído, participante de um projeto tão bacana. Estamos felizes pelo projeto inovador que atende 15 usuários e a cada dia está aumentando. Eles amam o projeto”, confirmou a coordenadora da ADVF Sirlene Contin.
Para a professora Larissa Fernanda que trabalha com os assistidos da ADVF, também está sendo uma experiência renovadora. “Tem sido gratificante. Vivenciamos muito aprendizado.
ESTÁ SENDO INCRÍVEL
Ricardo Henrique é assistido pela ADVF e frequenta as aulas de hidroginástica. “Eu gostei muito de participar da hidroginástica. Faz bem para o corpo e para a mente. Melhora a nossa saúde. Antes fazia caminhada. Agora estou aqui. Está sendo incrível, somos todos irmãos e um ajuda o outro”, relata.
“Eu gosto disso. Faço exercícios físicos em academia desde 2012. Corro, faço levantamento de peso e agora frequento a hidro, o que é muito bom. Sou um dos que menos faltam nas aulas. Só se tiver algo grave, para faltar”, destaca Valdecir de Lima. 
“Somos um grupo onde todos sabem a dor que sentimos pela deficiência visual. No dia a dia, deixa a vida mais agradável, o corpo fica mais leve”, acrescenta Valdecir que chegou a frequentar faculdade de educação física, mas abandonou o curso por causa de uma depressão. “Cada aula de hidro é um momento de diversão para mim e para o grupo e isso é bom para nossa saúde mental”, enfatiza.
O projeto não ajuda apenas os portadores de deficiência visual. Tem ajudado muito aquele pessoal da terceira idade que não pode ter atividade física de impacto. É o caso da dona Rosa Zanco que está na hidro por indicação médica, por causa de dores, fibromialgia, coluna, uma série de coisas. “É muito bom, é ótimo. É um momento da gente interagir com outras pessoas, fazer amizades. Duas vezes na semana, é uma terapia”, diz. 
Quem já sente melhora na mobilidade com a hidroginástica é Antônio Honório de 57 anos. “O médico recomendou e cheguei aqui e não descia a escada, hoje já subi e desci, sem problemas. Gostei muito”.
DEMANDA GRANDE
O secretário de Esportes Humberto Cáfaro diz que a demanda pela hidroginástica grande, principalmente pelas mulheres. “A parceria com a Casa de Portugal foi um estouro, se revelou um trabalho lindo e exclusivo de inclusão social”, destacou. 
Lembrou que Fernandópolis é uma das poucas cidades com um projeto para o esporte que independe de quem esteja no governo. Esse projeto contempla vários núcleos de esportes pela cidade (Clube da Cesp, Casa de Portugal, Santa Barbara, Vila Nova, Vila Veneto, Quadra da Cultura e Jayme Leone) e abarca inúmeras modalidades como a natação, karaté, xadrez, tênis de mesa, vôlei, vôlei adaptado, atletismo, entre outros. 
Segundo ele, a pessoa interessada, seja criança, adolescente ou da terceira idade, deve procurar a Secretaria de Esportes e Lazer que fará a triagem para o educador físico.

Assistidos da ADVF - Associação dos Deficientes Visuais de Fernandópolis - durante aula de hidroginástica na Casa de Portugal

Grupo da terceira idade durante hidroginástica no antigo clube da Cesp, hoje sede da Secretaria de Esportes