O desabafo do diretor clínico da Santa Casa Vladimir Tarcísio de Oliveira durante conferência municipal de saúde na terça-feira no Teatro Municipal repercutiu nas redes sociais.
“Vamos fazer alguma coisa pela nossa Santa Casa, porque se eventualmente amanhã ou depois o pai de algum de vocês enfartar, ele vai morrer porque não tem médico no pronto socorro para atender”, disse em tom de alerta para o problema de falta de profissionais que o hospital enfrenta para manter o atendimento de urgência e emergência.
“Não dá para esperar mais uma semana ou um mês para salvar meu pai, o filho de vocês ou alguém que está doente. A Santa Casa está doente e ela vai morrer”, enfatizou. Com mais de 40 anos na medicina, ele disse que tem a Santa Casa como um filho. “Estou lá todos os dias da minha vida, sábado, domingo e feriado, estou lá e continuo, pois serei o último a fechar a porta”.
“Não consigo arrumar médico para trabalhar, pois os médicos dizem que vão trabalhar em Votuporanga e Jales onde eles pagam em dia”, acrescentou o diretor.
UPA JÁ É AFETADA
“É uma preocupação de todos”, disse o secretário de Saúde do município Ivan Veronesi, preocupado com a situação de pacientes que precisam de internação e aguardam vaga na UPA. Ontem eram nove pacientes aguardando. Segundo ele, na pandemia, a UPA chegou a ter 19 pacientes internados. “Montamos um mini hospital dentro da UPA. Mas não é isso que queremos, temos que resolver o problema da Santa Casa”.
Ele chegou a falar que a situação da Santa Casa é semelhante a “enxugar gelo”. “Precisamos de um projeto de solução definitiva, porque senão socorremos agora e mais frente o problema volta”, disse Veronesi. Ele informou que o prefeito André Pessuto está empenhado em buscar recursos para o hospital.
