Uma criança de 4 anos morreu no último dia 2 de janeiro na Santa Casa de Araçatuba após ser picado por escorpião. O impacto da notícia gera uma repercussão geral, porque a praga do escorpião está disseminada em todas as cidades. O risco de acidentes assombra os pais.
O Ministério da Saúde alerta: o período do verão, de dezembro a março, exige maior cuidado em relação aos acidentes com escorpiões, pois o clima úmido e quente é ideal para o aparecimento destes animais peçonhentos. O assunto é sério, porque no ano passado, Fernandópolis viu aumentar os casos de ataques de escorpião. De uma média de 300 acidentes por ano, o número saltou para 511 casos registrados pela Vigilância Epidemiológica.
Nas redes sociais é possível encontrar protestos dos pais sempre com cobrança à prefeitura para intervir. “Achei mais de 7 escorpiões em minha casa, com um bebê pequeno! Ontem à noite infelizmente minha mãe foi picada por um escorpião tbm em sua casa”, postou Juliane Silva na terça-feira. Ele denunciou a situação de abandono da praça das Cohabs Antonio Brandini e João Pimenta, tomada por mato e sujeira. O post logo foi compartilhado por outras pessoas.
“Santo Antonio o mato está alto e cheio de escorpião. Quase fui picada por um deles”, protestou Danny Tarquete, responsabilizando a prefeitura pelo descaso no bairro.
De acordo com dados fornecidos pela Secretaria da Saúde, Fernandópolis registrou no ano passado 558 acidentes com animais peçonhentos, a maioria, 511 por picada de escorpião. Foram registrados ainda 6 acidentes com aranhas, 1 por lagarta, 13 por abelhas,8 por serpente e 20 por outros tipos de animais.
De acordo com o Ministério da Saúde, quando a pessoa é picada por escorpião, a dor é imediata em praticamente todos os casos. Há ainda sensação de formigamento, vermelhidão e suor no local. Após alguns minutos ou horas, principalmente em crianças, que são mais vulneráveis ao veneno, podem aparecer sintomas como tremores, náuseas, vômitos, agitação incomum, produção excessiva de saliva e hipertensão.
A pasta destacou que todos os escorpiões são venenosos e diz que os riscos aumentam de acordo com a quantidade de veneno injetado e em quão nocivo o veneno de cada espécie é para o corpo humano. Os casos leves, que não necessitam da aplicação do antiveneno, representam cerca de 87% do total de acidentes.
O escorpião mais encontrado na região é do tipo amarelo, considerado o mais venenoso. Os grupos considerados mais vulneráveis aos ataques, são trabalhadores da construção civil, crianças, idosos e demais pessoas que permanecem grande parte do tempo dentro de casa ou nos arredores e quintais.
Pesquisadores apontam que a proliferação do escorpião na área urbana decorre do desaparecimento de predadores naturais como sapos e corujas. Além disso, o lixo nas cidades atrai insetos como baratas, a comida preferida dos escorpiões.
Em agosto do ano passado, a prefeitura de Fernandópolis produziu material com orientações a população para o controle do escorpião.
A recomendação indica o não uso de veneno, seguindo orientação do Ministério da Saúde. Orienta para que ralos, buracos e rachaduras sejam tampados e recomenda que se jogue água sanitária semanalmente nos ralos. Outra medida é afastar as camas e berços das paredes, e ainda vistoriar as roupas e calçados antes de usá-los.
Nas áreas externas, as principais dicas são manter jardins e quintais livres de entulhos, folhas secas e lixo doméstico. Também é importante manter todo o lixo da residência em sacos plásticos bem fechados para evitar baratas, que servem de alimento e, portanto, atraem os escorpiões. Outra recomendação é usar luvas e botas para realizar atividades que representem certo risco, como manusear entulhos e materiais de construção, e nas atividades de jardinagem.
Em caso de acidente a recomendação é para lavar o local com muita água, colocar gelo e procurar imediatamente atendimento médico na UPA onde é disponibilizado o soro antiescorpiônico. Nos casos mais leves, não é aplicado o soro, apenas medicamento para aliviar a dor.