Médico alerta para “semanas terríveis” e crê que variante de Manaus já circula na cidade

20 de Agosto de 2025

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Médico alerta para “semanas terríveis” e crê  que variante de Manaus já circula na cidade

O médico infectologista Márcio Gaggini, que há um ano integra a linha de frente da pandemia, chegou a se contaminar e precisar de internação, fez um duro alerta nesta sexta-feira, 19, durante entrevista à Rádio Difusora, quando a cidade atinge seu pior momento na pandemia, com recordes de casos, internações e mortes. Ele disse que as próximas três semanas tendem a ser terríveis.
“Tudo muito triste. A evolução da doença para a forma grave é acelerada e está exigindo até mudança na forma de tratar os pacientes. Muitos pacientes jovens estão chegando e precisando ser intubados para terem sobrevida. A situação é desesperadora pela quantidade de gente que chega precisando de oxigênio e a gente precisando cuidar de todos”, relatou o médico.
Gaggini afirmou ainda que nunca imaginou que a situação chegasse a esse ponto crítico. “A gente esperava um ano mais tranquilo e o que vemos é a superlotação de leitos. Não sei o que vai acontecer se continuar aumentando. As próximas três semanas serão terríveis, com aumento de casos, de internações e de mortes”. 
O médico lamentou que após um ano falando sobre medidas de distanciamento social, uso de máscara, para não realizar festas, churrascos, encontro com os amigos, a situação não mudou. “Não sei mais o que falar para conscientizar a população. Sem ajuda, tudo vai ficar ainda mais difícil”, enfatizou.
Com a aceleração dos casos de contaminação e a forma como a doença evolui para a forma mais grave, o médico diz tudo leva acreditar que a variante de Manaus, mais agressiva, está circulando na região. “Não temos confirmação de exame laboratorial confirmatório, mas dá para imaginar ser ela, dado a forma como ela avança, levando o paciente para a forma grave rapidamente, o que não se via anteriormente. Está diferente o que leva a crer ser essa variante, a P-1”, descreveu.
Segundo o médico, o estágio da pandemia neste momento está sendo um duro golpe no psicológico da equipe médica que atua na linha de frente. “Não vou mentir, as vezes me isolo para chorar. Está muito difícil este momento”, acrescentou.