As médias móveis de pessoas infectadas e de óbitos em Fernandópolis apresentam curva exponencial, com os maiores registros desde o início da pandemia há um ano.
A média móvel dos primeiros 11 dias de março é de 43,5 casos/dia, o que representa um aumento de 53% em relação a janeiro, o mês com o registro da maior média diária de casos da pandemia em Fernandópolis: 28,1. Nesse período, foram registrados 479 casos positivos e 11 mortes, uma média de uma morte/dia. Quatro dessas mortes foram registradas na quarta-feira, 10, recorde para um único dia desde o início da pandemia.
André Pessuto, o secretário municipal de saúde, Ivan Veronesi e médicos infectologistas da linha de frente no município como Fernando Bertucci fizeram no decorrer da semana, diversos apelos para que a população adote as medidas restritivas estabelecidas e mantenham o isolamento social para quebrar o ciclo de contaminação.
Nesta sexta-feira, Fernandópolis tinha 34 pacientes internados na Ala da Covid, eram 16 pacientes em leitos de UTI e 14 na enfermaria. O boletim da Santa Casa apontava ainda que quatro pacientes que foram internados com complicações pela Covid, por terem saído da fase de contaminação, foram transferidos para a UTI geral do Hospital.
Enquanto a Santa Casa registra esgotamento de leitos de UTI, a UPA - Unidade de Pronto Atendimento - viveu uma semana tensa, tendo que manter pelo menos seis pacientes com Covid, aguardando leitos. Três deles intubados.
Uma das pessoas que aguardava leito na UPA, um homem de 48 anos morreu A vítima era moradora da cidade, mas estava internada na UPA de Fernandópolis, por ser unidade de referência para o município.
Nos últimos dias, Fernandópolis superou marcas. No sábado, a cidade registrou a 100ª morte, uma mulher de 65 anos. No decorrer da semana, as mortes foram sendo registradas. Na quarta-feira, o empresário Primo Ongarato, que havia perdido a esposa no sábado para a Covid também veio a óbito por complicações pela doença. No dia seguinte morreu a irmã, de 82 anos.
LOCKDOWN
Enquanto isso, a cidade vai para o segundo final de semana com lockdown, apesar de algumas flexibilizações feitas pelo prefeito André Pessuto, principalmente estendendo até às 20 horas o horário dos supermercados e permitindo o atendimento “take away” (retirada na porta do comércio) para o comércio em geral. Nesta quinta-feira a prefeitura divulgou medidas que valem até domingo (veja quadro). O toque de recolher passou das 20 horas para as 22 horas.
Na segunda-feira, entra em vigor a fase emergencial decretada pelo governador João Dória, impondo novas restrições, muitas das quais já adotadas em Fernandópolis desde a semana passada, como suspensão das aulas e cultos religiosos.
Apesar das medidas, a cidade ainda registra taxa de isolamento abaixo de 50%. Na quinta-feira chegou a 35% e ontem voltou a 42%. A maior taxa foi alcançada no domingo, 7, com 59% das pessoas em casa.