No decorrer dos primeiros nove dias de março, o estado de São Paulo já registrou ao menos 30 pacientes com Covid-19 que morreram na fila de espera por leitos de UTI - Unidade de Terapia Intensiva. As mortes de pacientes que aguardavam liberação de leitos intensivos ocorreram em cidades localizadas na Grande São Paulo e no interior do estado.
Para agravar ainda mais a situação, nesta terça-feira, 9, a média diária de mortes por Covid-19 no estado foi de 298 óbitos, recorde pelo segundo dia seguido. A taxa de ocupação de UTIs, com 82%, também foi a maior de toda a pandemia, bem como o total de pacientes internados em leitos intensivos e de enfermaria, que chegou a 20,3 mil pessoas.
Quanto aos casos de mortes na fila de espera, as prefeituras ou os hospitais responsáveis pelos pacientes disseram que vagas de UTI haviam sido solicitadas por meio do sistema estadual de regulação de leitos, o Cross, mas que os pedidos não foram atendidos – seja por indisponibilidade de vagas, seja por impossibilidade de fazer a transferência de pacientes em estado grave. A Secretaria da Saúde informou que não negou leitos e que as transferências não ocorreram porque os pacientes não puderem ser removidos com segurança devido ao quadro de saúde instável.
Só para se ter uma ideia da gravidade e descontrole da situação, em Taboão da Serra, 11 morreram do início do mês até agora. Outras cidades também registraram mortes por falta de leitos de UTI como Bauru com 4 mortes; Buri, 3 mortes; Nova Granada, 3 mortes; Dracena, 3 mortes; Ribeirão Pires, 2 mortes; Tabapuã, 1 morte; Irapuã: 1 morte; Sumaré, 1 morte e Ribeirão Bonito com 1 morte.