Fechados há quase cinco meses, empresários e pequenos comerciantes do setor de bares e restaurantes da região noroeste paulista ameaçam ignorar decreto em vigor e abrir os estabelecimentos na próxima sexta-feira, 14. O movimento denominado de “Basta” começou na cidade de São José do Rio Preto nesta terça-feira, 11, pela empresaria Lais Accorsi e ganhou força nas cidades do interior do estado.
Em Fernandópolis, as primeiras manifestações favoráveis por parte de alguns empresários ocorreram ainda na tarde desta terça-feira, 11, e se intensificou ainda mais no decorrer da manhã desta quarta. Com o nome diferente e denominado de “Chega, esta conta não é nossa”, se colocado em prática, a ação dos comerciantes violará os decretos estadual e municipal que estão em vigor em conformidade com a classificação das regiões por fases estabelecidas através do Comitê do Plano São. Atualmente, a região de São José do Rio Preto, a qual integra entre outras cidades, Votuporanga, Fernandópolis, Jales e Santa Fé do Sul, está na fase laranja, o que não permite a reabertura de bares e restaurantes para consumo no local.
A medida é polêmica e por isso divide a opinião dos comerciantes. Para a maioria, o acúmulo de dívidas provocadas pelas despesas fixas no decorrer desse período em que a estrutura passou ociosa provocará o endividamento e, consequentemente, a falência dessas empresas uma vez que a ajuda oferecida pelo governo federal, além de ser quase inacessível pela categoria, não é suficiente para manter as empresas.
“Não aguentamos mais pagar essa conta sozinhos enquanto a vida de todo comércio segue normal. Em Rio Preto, já existe um movimento e eles vão abrir com autorização ou não”, postou o empresário Gustavo Sisto numa rede social.
Na próxima sexta, ocorrerá mais uma atualização do Plano São Paulo. Apesar da expectativa de avançar da fase laranja para a amarela, os números de novos casos positivos de Covid-19 apontam risco de regressar à fase vermelha ao invés de avançar, como é o esperado. No caso do grupo de empresários de Rio Preto que lideram o movimento em Rio Preto, afirmou que reabrirão os pontos comerciais na próxima sexta, independentemente do resultado apresentado na próxima atualização do Plano São Paulo, ressaltando apenas, que os estabelecimentos seguirão o mesmo protocolo em vigor nas regiões que estão na fase amarela – a que permite mesmo com restrições, a reabertura do setor.
“Já tomamos conhecimento do movimento sim. Mas estamos acompanhando os protocolos do estado e do município. A gente entende que não vai resolver muita coisa. E não se trata de uma questão de levar multa. A população não vai frequentar. O povo está com medo”, manifestou a direção do restaurante Paladar.
Em Fernandópolis, apesar dos empresários se manifestaram favoráveis e contrários, nenhum dos dois grupos ouvidos pelo CIDADÃO garantiu a reabertura na sexta. Para alguns comerciantes do grupo contrário à reabertura, se isso acontecer agora, “é mais fácil a região perder do que ganhar com esse movimento”. Para eles, “o cliente não aparecerá para consumir nos restaurantes, arriscando a sua vida”. Mas, em ambos os casos, os donos de bares e restaurantes concordam que “o setor não resistirá mais por muito tempo”.