O novo provedor da Santa Casa de Fernandópolis, Edilberto Sartin, reuniu ontem, 20, a imprensa fernandopolense para expor a atual situação do hospital. De acordo com o empresário, a situação é mais do que crítica, tanto que pela primeira vez na história chegou-se a cogitar a possibilidade de entregar a entidade para outra OSS – Organização Social de Saúde – administrar.
De acordo com os dados apresentados por ele e por membros do Conselho Fiscal da entidade, a dívida da Santa Casa é de mais de R$ 28 milhões, mas este não é o único problema.
“Temos um déficit de R$ 20 mil por dia, quase R$ 600 mil por mês. Nós estamos desesperados porque não toca. A Santa Casa toca dois meses, no máximo três, com esse déficit e fecha. Como que posso começar a administrar escondendo isso da população? Não tem cabimento. A situação é essa no momento: gravíssima, gravíssima”, disse Sartin.
Diante da situação, o novo Conselho Administrativo do hospital apresentou um plano de trabalho, que vai desde a renegociação de contratos com médicos, fornecedores e prestadores de serviços até a possibilidade de entregar o hospital para uma outra OSS administrar.
“Talvez tenha gente mais competente, mais articulada, mais estruturada para administrar o hospital. Se a gente tiver uma OSS de reputação que queira administrar o hospital, eu acho que seria, para o município, para a questão de saúde de Fernandópolis uma alternativa excelente que tem que ser considerada num primeiro momento”, disse Hélio Maldonado, conselheiro administrativo.
A afirmação veio ao encontro de boatos que davam conta de que a Associação e Fraternidade São Francisco de Assis na Providência de Deus, mais conhecida como “Frei de Jaci”, poderia assumir a Santa Casa fernandopolense. Perguntados, no entanto, Sartin e os demais conselheiros negaram que esse tipo de negociação esteja acontecendo dentro do hospital.
“Parece que há uma conversação nesse sentido no governo do estado e se eles vierem nós temos é que aplaudir e apoiar. E vou explicar porque: Anos atrás não pegaram R$ 14 milhões emprestados? Hoje não estamos nessa situação? Aí vamos lá pedir mais dinheiro para o governador? O governo não aguenta mais ouvir falar em Santa Casa. A Santa Casa se tornou aquela pessoa chata que a gente corre dela. E o Frei é um homem de confiança do governador, pois tudo que ele pediu até hoje deu retorno e trouxe solução”, completou Sartin.
SALÁRIOS ATRASADOS
A direção da Santa Casa ainda confirmou que os funcionários estão com o salário de dezembro atrasado, mas garantiu que deve efetuar o pagamento até o fim do mês com a entrada dos recursos do SUS – Sistema Único de Saúde. Não foi informado, porém, sobre a previsão do pagamento do restante do 13º de 2016 (falta 40%) e de 2015, que até hoje não foi pago aos colaboradores.
Não há previsão de demissões.
