Médico admite que chikungunya já pode ter chegado a Fernandópolis

20 de Agosto de 2025

Compartilhe -

Médico admite que chikungunya já pode ter chegado a Fernandópolis

A Dengue chegou a Fernandópolis na década de 80 e neste intervalo de mais de 30 anos, a população passou a conviver com quatro sorotipos da doença transmitidos pelo mosquito que ficou íntimo da população, o aedes-aegypti. O último deles, a dengue tipo 4, chegou por aqui em 2010.

Este ano, o mosquitinho de pernas rajadas e que pica durante o dia agregou mais duas doenças que passaram a compor a realidade da população. Além da dengue, uma picada do aedes-aegypti pode transmitir também a zika e a chikungunya.

Fernandópolis já registrou casos de zika, inclusive em gestantes, mas não houve confirmação de nenhum caso de microcefalia em bebês.

Agora é a vez das chikungunya. Um caso positivo já foi registrado na cidade de Votuporanga e em São José do Rio Preto já foram confirmados dezenas de casos da doença. Para o médico infectologista do Cadip – Centro de Atendimento a Doenças Infectocontagiosas, Márcio Gaggini, o vírus está circulando e a doença já pode ter chegado a Fernandópolis.

 “Não temos nenhum caso positivo, mas é possível que casos da doença tenham ocorrido na cidade e que foram notificados como dengue”, afirma.

Diante do leque de doenças que o aedes transmite, foi criada a chamada “Dengue Light”, que agrega as doenças que se assemelham com a dengue e cujo tratamento é igual. A Saúde passou então a seguir um protocolo de atendimento. No primeiro momento, a investigação é para dengue. Se for descartada, passa-se para a zika e só depois se chega a chikungunya, explica o médico.

Os sintomas das doenças são equivalentes, com pequenas variações. Por exemplo, a dengue apresenta dores musculares e vermelhidão no corpo a partir do 4º ao 6º dia. A zika, a vermelhidão aparece  no 1º e 2º dias associado a conjuntivite. E a chikungunya, dores nas juntas a partir do 5º dia e que pode perdurar por meses. O tratamento exige hidratação e acompanhamento do caso pelo hemograma.

O inverno que está acabando representou uma trégua na proliferação do aedes aegypti, mas a chegada das chuvas acende novamente o sinal de alerta. “Primavera e verão são as estações com maior índice de procriação do mosquito por causa das chuvas e calor”, lembra Gaggini que cita números para apontar que os picos de casos de dengue, por exemplo, ocorrem entre janeiro e março. “Só em março deste ano registramos 353 casos de dengue”, informa.

A novidade agora é que, além da dengue, o mosquitinho traz na bagagem os vírus da zika e da chikungunya. “Agora são três doenças que podem levar à morte. Por isso, quando atuamos no combate ao mosquito, estamos prevenindo três doenças”, alerta.

Embora Fernandópolis este ano tenha registrado menos casos de dengue do que em anos anteriores, não é possível relaxar. Gaggini lembra que geralmente entre 3 e 5 anos após uma grande epidemia  há sempre registro de uma epidemia maior. “A nossa grande epidemia ocorreu em 2015. Se não tomar os cuidados, há risco de grande epidemia ser registrada entre os anos de 2017 e 2018. “Se a população não atuar junto no combate ao mosquito transmissor, o aedes aegypti, não há como vencê-lo”.