Vigilância e Centro de Zoonoses alertam sobre o combate ao caramujo africano

20 de Agosto de 2025

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Vigilância e Centro de Zoonoses alertam sobre o combate ao caramujo africano

Em períodos de chuvas frequentes é preciso intensificar o combate aos caramujos africanos que se procriam com maior incidência. Para intensificar o combate, a Vigilância em Saúde e o Centro de Controle de Zoonoses dão algumas orientações à população.

O combate começa com o recolhimento dos caramujos que transmitem doenças. A ação deve ser feita apenas por adultos, com as mãos devidamente protegidas com luvas ou sacos plásticos para evitar qualquer tipo de contaminação. Após o recolhimento devem ser depositados em sacos plásticos e levados até uma UBS para serem recolhidos pelo Centro de Controle de Zoonoses que encaminhará para exoneração.

De acordo com o médico veterinário, Dr. Mileno Castro Tonissi, responsável pelo Centro de Controle de Zoonoses, “Não é indicado espalhar sal e nem cal pelo quintal. Esse procedimento apenas desidrata e mata o caramujo, mas não elimina os ovos, que devem receber os mesmos cuidados. Além disso, a carapaça deixada pode acumular água das chuvas tornando se um local apropriado para a multiplicação do mosquito da Dengue”.

Para evitar a infestação em residências é necessário tomar as providências recomendadas e manter sempre limpos os terrenos impedindo o acúmulo de mato, telhas, galhos, tijolos e entulhos.

Ameaça a Saúde Pública

O caramujo gigante é também um problema sério em relação à saúde pública, pois transmite vermes causadores da meningite eosinofílica e da angiostrongilíase abdominal, duas doenças que podem matar. O Achatina fulica pode hospedar ainda o verme Angiostrongylus costaricensis, causador da angiostrongilíase abdominal, doença grave com centenas de casos já reportados no Brasil, podendo resultar em óbito por perfuração intestinal, peritonite e hemorragia abdominal.

A contaminação se dá através da ingestão de verduras, legumes e frutas mal lavadas, ou mesmo pela ingestão do próprio caramujo.

ACHATINA FULICA

(MOLUSCOS)

O caramujo-gigante-africano Achatina fulica, grande molusco terrestre nativo no leste-nordeste da África, foi introduzido recentemente no Brasil como “escargot”. Este molusco considerado uma praga, foi trazido ao Brasil no fim da década de 80 e se prolifera com muita facilidade, pois é hermafrodita (possui os dois sexos), se reproduzindo de três a quatro vezes ao ano chegando a botar até 600 ovos. Além disso, é favorecido pela ausência de predadores naturais; portanto os cuidados com quintais e terrenos baldios devem ser redobrados para evitar que esses ambientes sejam locais de reprodução.

Adultos dessa espécie atingem 15 cm de comprimento de concha e mais de 200 gramas de peso total. No Sudeste do Brasil (São Paulo) os valores máximos são ao redor de 10 cm e 100 gramas. A espécie já é a segunda maior causa de perda de biodiversidade no planeta, atrás apenas dos desmatamentos.