Brasil tem redução em casos de tuberculose, Fernandópolis também

Município teve apenas três casos registrados este ano; país continua em 16º no ranking mundial de casos da doença

20 de Agosto de 2025

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Brasil tem redução em casos de tuberculose, Fernandópolis também

De acordo com dados do Ministério da Saúde na última segunda-feira, 23, o Brasil ainda registra 68 mil casos de tuberculose, apesar da redução que houve na última década e segue em 16º lugar no ranking mundial de países com maiores índices da doença, que afeta principalmente as população com menor acesso à serviços de saúde, tais como indígenas, presidiários e moradores de rua.
No ano passado, o país teve uma média de 33,5 casos de tuberculose a cada 100 mil habitantes, números que correspondem a 67.966 novos casos. Há 10 anos, a proporção era de 43,4. Na terça-feira, 24, em evento na Câmara dos Deputados em referência ao Dia Mundial de Combate à Tuberculose foram divulgados ainda os números que mostram a redução também na taxa de mortalidade que teve queda de 2,9 para 2,3 óbitos a cada 100 mil habitantes. Vale lembrar que a tuberculose é a primeira causa de mortes em pacientes portadores do vírus da AIDS (HIV).
Em Fernandópolis,  a redução também é considerável. Foram apenas três casos registrados em 2015 contra 12 diagnosticados no mesmo período, de janeiro a março, do ano passado. Resultado que, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde se deve ao trabalho intensificado para interrupção da cadeia de transmissão do bacilo. No acumulado de janeiro a dezembro foram 25 casos registrados em Fernandópolis. “Houve em 2014 um aumento no número de casos novos (incidência), devido a intensificação de busca ativa no município, trabalho que resultou no recebimento de um prêmio conferido pela secretaria estadual de saúde. O aumento da incidência é positivo, pois interrompemos precocemente a cadeia de transmissão do bacilo. Por consequência disto, o número de casos esse ano é menor”, informou a gerente em vigilância em saúde, Sílvia Bortolozo.
Segundo Sílvia, a Vigilância Epidemiológica junto à  equipe do Cadip –Centro de Atendimento a Doenças Infecto Contagiosas e Parasitárias de Fernandópolis, realiza anualmente duas campanhas de busca ativa de sintomáticos respiratórios do calendário estadual.
CIDADÃO ouviu o médico infectologista Dr. Maurício Favaleça, para saber mais detalhes da doença, que segundo ele, tem um rápido contágio. “A Mycobacterium tuberculosis, conhecido também como bacilo de Koch é transmitida por uma pessoa portadora de tuberculose pulmonar ou laríngea, através de gotículas eliminadas na fala, tosse e espirro. Acredita-se que uma pessoa que expele este bacilo possa infectar outras 10 a 15 pessoas em um ano. É claro que quanto maior o tempo de contato com um paciente infectado em um mesmo ambiente, maior a chance de infecção”, explicou Favaleça.
O médico explicou que “os sintomas da tuberculose pulmonar é a tosse prolongada (por mais de duas semanas), febre vespertina, sudorese noturna, cansaço, dor no peito, falta de apetite e emagrecimento. Já o diagnóstico é através dos sinais e sintomas, epidemiologia, radiografia do pulmão e análise do escarro. Além desses métodos dependendo do órgão acometido também pode ser realizado outros exames como biópsia para análise histopatológica, cultura de líquidos orgânicos e exames de biologia molecular. Também se utiliza o teste tuberculínico, principalmente na identificação de pessoas que tiveram o contato com a bactéria causadora da doença”.
O tratamento é realizado por um período de seis meses com os medicamentos: Rifampicina, Isoniazida, Pirazinamida e Etambutol por um período de 2 meses e depois Rifampicina e Isoniazida por um período de 4 meses.

“O importante é o paciente não parar de tomar os medicamentos durante o tratamento para que não tenha indução de resistência as drogas”, finalizou o médico.