Gerente do AME afirma exames pedidos por cubanos são realizados normalmente

Na semana passada, médica do AME de Votuporanga teria se negado a realizar ultrassom pedido por médico cubano

20 de Agosto de 2025

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Gerente do AME afirma exames pedidos por cubanos são realizados normalmente

Questionada sobre o relacionamento entre os médicos do AME de Fernandópolis e os médicos cubanos que estão atendendo nas UBSs a gerente administrativa do Ambulatório, Lucimeire Marques Domingues foi objetiva. “Aqui os exames são realizados independente de quem tenha pedido, se é brasileiro ou cubano. O prontuário é um só”, destacou Lucimeire.

A indagação foi motivada por um episódio inusitado ocorrido em Votuporanga na semana passada. A paciente Bárbara Cristina Principal Tofanelle, 18, registrou um boletim de ocorrência alegando que uma médica do AME de Votuporanga se recusou a realizar um exame de ultrassom, pois o encaminhamento foi feito pelo médico cubano Adonis Hechevarria Gonzalez, que atende na unidade de saúde de Álvares Florence, município próximo à estância onde reside a jovem gestante que se queixava de dores abdominais.

Segundo ela, a médica pediu para que voltasse ao postinho e passasse por um médico brasileiro, “porque não ia fazer um exame pedido por um médico cubano”. Ela lembrou ainda que não havia nada de errado no pedido e que inclusive, a letra estava legível.

Em resposta, a Secretaria Estadual de Saúde informou, por meio de nota, que o exame foi recusado em virtude da paciente não estar em jejum. Porém, o médico cubano deixou claro que não seria preciso adotar tal procedimento neste caso. O CREMESP – Conselho Regional de Medicina de São Paulo, abriu sindicância para apurar a conduta da médica que não teve o nome divulgado pelo AME de Votuporanga.

Conforme o CIDADÃO já havia divulgado há algumas semanas, os cinco médicos cubanos em Fernandópolis estão recebendo frequentes elogios pelo trabalho prestado ao longo de dois meses na cidade. Hoje, 30, pela manhã, CIDADÃO entrou em contato com a gerente administrativa do AME de Fernandópolis que, embora prefira não comentar sobre o caso na cidade vizinha, se mostrou surpresa. “Já trabalhei no AME de lá (Votuporanga) e o pessoal é super sério. Estranhei o fato da maneira que foi colocado. Não ouvi o outro lado mas profissional que é profissional não vai ter essa reação. Não sei até onde vai essa indiferença de brasileiros com cubanos”, disse ela, ressaltando que os médicos cubanos que vieram ao Brasil por meio do Programa Mais Médicos estão aptos da mesma maneira que os demais e tem todo direito de solicitar os exames.

Ela lembrou ainda que apenas em alguns casos específicos os médicos podem se recusar em realizar os exames. “Quando a pessoa vem sem preparo nós reagendamos o exame. Mas em alguns casos até atrasamos o exame para que ele seja realizado no dia evitando outro agendamento e a espera por vaga. Quando a letra está ilegível nós entramos em contato imediatamente com o Postinho e tomamos conhecimento do exame pedido”, explicou.

Lucimeire ressaltou que em Fernandópolis nada parecido (preconceito) ocorreu em relação aos médicos estrangeiros e que todos estão satisfeitos com o trabalho prestado por eles.  Ela confirmou também que o AME de Fernandópolis realiza mensalmente 800 exames de ultrassonografia.