Mães de estudantes fernandopolenses podem sofrer de “Síndrome do ninho vazio”

20 de Agosto de 2025

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Mães de estudantes fernandopolenses podem sofrer de “Síndrome do ninho vazio”
 Sendo uma grande cidade universitária, Fernandópolis recebe todos os anos centenas de estudantes de diversas regiões do Brasil. Isso, todos sabem; o que poucos se atentam é que para um estudante vir para cá, uma mãe acaba se distanciando de seu filho, o que pode causar a “síndrome do ninho vazio”.
 Foram anos se dedicando à criação dos seus filhos até a chegada do dia em que eles têm que sair de casa para estudar. Esse momento já era esperado, mas, na hora “h”, muitas mães não se conformam.
 A sul-mato-grossense Erlene Aparecida Alves, 40, passou noites sem dormir quando percebeu que essa hora havia chegado. “Sabia que era um momento importante para os meus filhos, mas a dor foi muito grande. Era como se a minha vida perdesse todo o sentido. Procurei ajuda, porque eu sabia que não podia responsabilizá-los pela minha felicidade”, desabafa a mãe.
 Segundo a psicóloga Daniele Mastrocola V. Fraga, essa sensação de solidão, vazio e perda é bastante comum em famílias que veem seus filhos fazer as malas e cair no mundo. Mas parece que a forma de encarar esse momento passou por algumas mudanças. “A Síndrome do Ninho Vazio sofreu transformações. Era caracterizada por uma sensação de profunda tristeza dos pais, quando seus filhos já criados ou em fase de formação – faculdades, por exemplo – saíam de suas casas para tomar um rumo próprio e deixavam seus pais em casa, sem saber o que fazer para suprir essa falta”, explica a psicóloga.
De acordo com o especialista, apesar desse momento de saída do lar já ser esperada, muitas mães ainda sofrem com a partida do filho.
“Quando o filho nasce a mãe acaba abrindo mão de muitas coisas para criar os filhos, deixando de lado a sua própria qualidade de vida, aí quando os filhos saem de casa ela se depara com o tempo que ela se dedicava ao filho totalmente livre. A mãe sempre esperou por esse tempo, mas na hora em que ele aparece ela não sabe mais o que fazer, porque o prazer da vida dela era se dedicar aos filhos. Para a mãe isso é como se ela perdesse sua função materna”,  afirmou Daniela Mastrocola.
 Ainda segundo a profissional, os primeiros sintomas a aparecerem são: solidão, tristeza constante, doenças psicossomáticas, dermatites, doenças respiratórias e alergias.
 “Com o surgimento desses sintomas, a primeira coisa que a pessoa faz é procurar um clinico, daí surge a extrema importância desse médico saber encaminhar esse paciente a um psicólogo -  ele saberá como tratar dessa mãe, evitando assim que ela desenvolva um quadro depressivo”, destacou.
 Daniela acredita que uma saída para esse problema é o fortalecimento do casamento. “O pai e a mãe não podem se esquecer de sempre serem marido e esposa e até, muito antes disso, homem e mulher. Agora eles terão mais tempo sozinhos, é a hora deles se unirem e voltarem a fazer juntos o que faziam antes da chegada dos filhos”, concluiu.
Não há uma fórmula matemática para vivenciar essa etapa indispensável de forma prazerosa. Mas, para ajudar, algumas dicas:
- Mantenha-se íntegra, inteira, buscando sua realização pessoal no trabalho, na sociedade, na vida familiar;
- Crie uma boa estrutura familiar que permita que esse filho vá, mas também permita que ele se sinta acolhido e encontre espaço sempre que quiser ou precisar voltar;
- Busque trabalho, atividades físicas prazerosas, veja amigos (que, possivelmente, na mesma faixa etária, devem estar passando pelas mesmas situações);
- Reaqueça a chama do casamento.