O ex-vereador Ademir de Jesus Almeida, atual diretor de Esportes da Prefeitura de Fernandópolis, será o presidente do Fernandópolis Futebol Clube em 2011, ano em que o clube festeja seu cinquentenário.
A notícia foi divulgada pelo prefeito Luiz Vilar de Siqueira, após reunião ocorrida na noite de quarta-feira, 19, no Paço Municipal.
Com Ademir estarão na diretoria o professor Ataides Nunes, o advogado Jura Rossato, o Dunga e o contabilista Nivaldo Thomaz de Souza. Ademir ainda não se pronunciou sobre seus planos para o campeonato da 2ª Divisão deste ano.
Estiveram na reunião alguns vereadores e integrantes da torcida Sangue Azul. Comentava-se que o ex-presidente Jesus Moreti poderá ser o diretor de futebol. Nada se revelou sobre patrocínios e verbas.
Time ainda é uma incógnita
No princípio, era a águia. Fundado com o nome de Associação Bancária de Esportes (ABE), o clube cujo símbolo é a maior das aves de rapina só viria a se chamar Fernandópolis Futebol Clube em 1966.
ABE tinha lógica: afinal, o time nasceu em conversas de um grupo de bancários. No dia 15 de novembro de 1961, esse grupo se reuniu na casa de Bernardo Pessuto, na Rua Brasil (dois dos filhos do anfitrião, Gilberto e Darci, já eram bancários naquele tempo).
Os sócios fundadores foram Waldemar Rodrigues da Silva, José Maria Nuevo, Orlando kazuo Kitamura, Gilberto Pizzutto, Onelso Cecato, José Moreira, Durval Ribeiro de Rezende Filho e Caetano Angelo de Menezes. O primeiro presidente foi Waldemar Rodrigues da Silva.
Ali foi fundada a agremiação que se transformaria, em alguns momentos de sua história, na legenda azul, pródiga na produção de craques como Canhoto, Téia, Jesus, Edson Pintinho, Rubinho, Arnaldo, Maurinho, Carlos Silva, Tato, Noronha, Soares, Eduardo, Helênio, Wagner e o lateral Maurinho, filho do homônimo que ficou lá pelo meio desta lista.
ESTREIA
A estreia do time aconteceu num amistoso contra a Votuporanguense, no então Estádio Amaral Furlan, em Fernandópolis. Resultado final: ABE 1x0, gol do falecido ponta Tomio. Era a primeira vitória sobre o arquirrival.
A primeira decisão de campeonato da FPF de que o time participou aconteceu em 1964. Naquele ano, a ABE foi Campeã do Interior (na quarta divisão) e disputaria o título com o Campeão da Região Metropolitana no caso, o São José, de São José dos Campos, em duas partidas.
O primeiro jogo foi em Fernandópolis. Na etapa inicial, a ABE fez o primeiro gol. No segundo tempo, martelou a defesa adversária e obrigou o goleiro Sergio Valentim (que depois brilharia no São Paulo) a realizar grandes defesas. Euzébio chutou uma bola na trave.
Aos 41 minutos, pênalti para o Fernandópolis. Torres, o batedor oficial, não quis fazer a cobrança. O ponta Jesus se apresentou e chutou fraco, no canto esquerdo. Sergio segurou, saiu jogando com o lateral e, num rápido contra-ataque, o São José empatou a partida.
Nova saída, o time visitante recuperou a posse de bola e chegou de novo às redes: derrota de 2x1 num jogo praticamente ganho.
Na segunda partida, a ABE dominou as ações, perdeu gols incríveis (novamente São Sergio fechou a meta) e o 0x0 final deu o campeonato ao time do Vale do Paraíba.
Em 1979, porém, nada nem ninguém tiraria o título do timaço formado por Durval; Donda, Nelsinho, Noronha e Chico Amorim; Bereco, Ari (Xisté) e Carlos Silva; Jorginho, Tato e Da Silva (Zé Roberto). O técnico em praticamente todo o campeonato foi Dicão. Com a sua saída, assumiu o professor Mará, que manteve a pegada inicial. O presidente era Fernando Sisto.
Naquele campeonato, o Fefecê marcou 64 gols e sofreu apenas 21. Só o centroavante Tato marcou 25. O Santos se interessou por Carlos Silva e Noronha. O meia foi para aVila Belmiro, mas Noronha, às voltas com sério problema no joelho, acabou deixando o futebol.
Em 1994, sob a presidência de Antonio Ribeiro Pereira, e com jogadores como Dito Siqueira, Carlinhos, Helinho e Reinaldo Carrapeta, a Águia voltaria a ser campeã da 2ª Divisão. O técnico era José Carlos Viriato Mendes e o diretor de futebol o iniciante Jesus Moreti.
Depois disso, exceto por raros lampejos de qualidade técnica, como aconterceu em 2009, sob o comando do presidente Renato Colombano, o Fefecê tem sido uma caricatura de si mesmo.