Não se trata de nenhum método milagroso vendido por telefone ou produto anunciado na televisão, aqueles do tipo ligue já. É muito mais simples, acessível e gostoso. O sono está no mesmo patamar de importância da alimentação equilibrada e do nocaute ao sedentarismo, hábitos consagrados para manter o ponteiro da balança estável.
Isso quer dizer que dormir bem não só ajuda a emagrecer como também garante melhor qualidade de vida. A cada dia, o assunto ganha mais destaque entre os especialistas. Aliás, já existem estudos que ligam a privação de sono a acidentes no trabalho e à baixa resistência ao stress e infecções, além de ter relação íntima com doenças como depressão, fibromialgia e, agora, com a obesidade.
Dois estudos norte-americanos, da Universidade de Chicago e da Universidade de Columbia, apontaram a relação inversa entre um curto período de repouso e o aumento do índice de massa corporal (IMC).
Uma pesquisa conduzida no Brasil afirma que quem dorme cinco horas ou menos por noite corre três vezes mais risco de se tornar obeso no futuro.
O cortisol é um hormônio que marca território quando vivemos uma situação de stress, e sua tarefa é estocar gordura no corpo, mas ele age muito mais intensamente em pessoas que dormem pouco. Para se manter acordado durante a noite, nosso organismo passa por uma série de alterações.
A endocrinologista Lilian Franciscon explica como funciona a conexão da falta de sono e a balança: A melatonina é o hormônio do sono, e sabemos que variações na hora de dormir e na quantidade de tempo que dormimos alteram substancialmente sua secreção, provocando consequentes desequilíbrios no nosso relógio biológico e criando um ciclo vicioso do dormir mal. Além disso, a falta de sono pode levar a um desarranjo na liberação da leptina e da grelina, alterando a saciedade e o apetite das pessoas. Como resultado ocorre mais fome e menos saciedade.
O número de horas dormidas tem pouca importância. Durante anos o pensamento era de que um sono verdadeiramente reparador tinha que durar oito horas. As novas pesquisas demonstram que o sono é um aspecto influenciado por uma série de variantes, como idade, genética e hábitos de vida. Embora a maioria das pessoas seja programada geneticamente para dormir cerca de 8 horas, há aquelas que necessitam de mais ou menos horas.
Além disso, há indivíduos que vivem melhor acordados à noite do que durante o dia, ou seja, cada um tem seu relógio biológico. O que não podemos é menosprezar as necessidades individuais e deixar de levar em consideração que a imensa maioria das pessoas necessita de um bom sono noturno.