Problemas oftalmológicos representam a terceira causa mais freqüente de alterações de saúde em escolares, estando diretamente relacionada ao rendimento escolar
No Brasil, existem 98 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência visual. Repetência escolar e acidentes de trabalhos são algumas das conseqüências, segundo a SOCIEDADE BRASILEIRA DE OFTALMOLOGIA.
Em um estudo clínico, realizado por Ventura et al., realizado em crianças e adolescentes de 6 a 18 anos, verificou-se que de um total de 727 pacientes examinados, 373 ( 51,3%) apresentavam queixas visuais. Destes, 156 ( 41,8%) apresentavam doenças oculares que justificavam tais queixas. O prurido( coceira) esteve presente em 31,6% sendo o sintoma mais freqüente, seguido de cefaléia ( dor de cabeça) com 23,6% , a baixa de acuidade visual ( dificuldade para enxergar) com 10,3% , lacrimejamento ( 17,9%) e dor ocular com 16,6%. Em 18,7% dos pacientes foram encontrados mais de um sintoma, por isso as queixas referidas pelos pacientes não corresponderam a 100%.
Os erros refracionais ou ametropias ( miopia, hipermetropia e/ou astimgmatismo) constituem a causa mais comum de deficiência visual, nos casos acentuados destes defeitos a dificuldade para enxergar é o sintoma mais importante. O conjunto de sintomas que acomete o próprio olho após algum esforço visual é denominado astenopia, sendo composto de sensação de desconforto, cansaço visual, dor ocular e discreta hiperemia conjuntival( olho vermelho) . A queixa mais comumente observada, associada ao esforço visual, é a cefaléia , com localização variada ocorrendo mais frequentemente em volta dos olhos, na testa e na têmpora, às vezes na parte de cima da cabeça e na nuca . Problemas neurológicos e sinusopatias devem ser sempre avaliados.
A característica principal da dor de cabeça devido a falta de óculos, é que ela aprece no decorrer do dia, piorando de maneira progressiva, proporcional ao esforço visual, ou seja , maior esforço para enxergar, pior a intensidade da dor.
As crianças formam um grupo especial de pacientes, pois a maior parte das dificuldades visuais pode passar despercebida da família até o ingresso na escola, onde os problemas visuais influenciam no rendimento escolar e na socialização da criança, requerendo ações de identificação e tratamento.
Portanto deixo um lembrete aos pais, que as crianças necessitam de um exame e diagnóstico precoce para um bom rendimento escolar e uma boa vida social, e o mais importante, é que, dependendo do tipo de defeito refrativo , pode haver mais grau em um olho do que no outro( defeito chamado anisometropia) o que leva a criança a desenvolver uma boa visão em um só dos olhos, ficando o olho com maior grau sempre mais fraco, caso não seja desenvolvido um tratamento específico e efetivo com a correção do grau no olho mais fraco e tampão no olho bom , até a idade dos 5 aos 7 anos.
Nesse período da vida da criança ocorre a maturação da via óptica ( conjunto células que levam os sinais do olho para o cérebro para ser ¨montada¨a imagem ) e após a maturação celular não existe mais a possibilidade de se tentar reverter o quadro de baixa visual , dessa forma, essa dificuldade visual torna se permanente , caracterizando a doença chamada ambliopia (PRESENTE TAMBÉM COMO CAUSA EM 50% DOS ESTRÁBISMOS).