Condições do prédio adaptado estão longe de serem as ideais, diz vereador André Pessuto
A assistente social Bernardete de Lourdes Pessuto Canato estava inconsolável na manhã desta terça-feira, 26. As chuvas da madrugada ultrapassaram o telhado do prédio do Centro de Saúde I de Fernandópolis, situado na esquina da Avenida Manoel Marques Rosa com a Rua Bahia, escorreram pelo velho forro de madeira e encharcaram vários documentos que estavam em andamento no seu escritório.
A água também atingiu a copa do posto e até o consultório médico, em cujas paredes ainda era possível ver as marcas e a umidade. Com lágrimas nos olhos, Bernardete mostrou os estragos até seu rádio-relógio ficou cheio de água e parou de funcionar.
No balcão de atendimento, situado logo na entrada, as três funcionárias criticavam a situação de improviso e a má conservação do edifício, uma antiga fábrica de bebidas. O forro, sempre que chove, fica abaulado, até parece que vai cair sobre nossas cabeças, disse uma delas.
Outra funcionária afirmou que, antes do horário do expediente, os pacientes que se concentram na fila na rua permanecem ao relento: Se chover, só lhes resta ficar sob a chuva, porque não há sequer uma marquise para abrigá-los, explicou.
O vereador André Pessuto (PP) foi até o Centro de Saúde para tomar conhecimento dos danos. Em sua opinião, as condições do prédio estão longe de serem as ideais. Em entrevista a uma emissora de rádio, Pessuto afirmou que levaria o problema ao prefeito Luiz Vilar de Siqueira.
Quem também chegou ao local, por volta das 10h30, foi o diretor municipal de saúde, o médico José Martins Filho. Cercado pelas funcionárias, o diretor checou os danos e disse que determinaria ao departamento de obras que verificasse as condições do telhado.
PROBLEMA ANTIGO
Os problemas estruturais do Centro de Saúde existem desde que se improvisou a unidade na antiga fábrica. Pressionada pelo governo do Estado, que exigia a desocupação urgente da unidade (no bairro Santa Helena, onde deverá ser instalado o Centro de Reabilitação Lucy Montoro), a administração acabou alugando o prédio da Avenida Manoel Marques Rosa. Martins Filho explica que o proprietário garantiu que o lugar havia sido reformado e que não haveria problemas.
Isso, entretanto, é contestado pelos funcionários: Quando não está chovendo, o calor é insuportável, porque não existe ventilação, criticou uma atendente.
Também o vereador José Carlos Zambon (PP), engenheiro de profissão, critica a decisão de locar o prédio: Esse edifício deveria ser interditado, porque é impróprio para atendimento de saúde. Não há sequer uma pia onde pacientes possam lavar as mãos. É um verdadeiro absurdo, afirmou.