Surto de dengue da cidade é o menor da região, diz José Martins

20 de Agosto de 2025

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Surto de dengue da cidade é o menor da região, diz José Martins
O diretor municipal de Saúde, o médico José Martins, revoltou-se esta semana com notícias que ele considerou “alarmistas” sobre o aumento de casos de dengue em Fernandópolis, que teria chegado a 300% em relação ao ano passado, segundo alguns cálculos.

Para o médico, o que houve foi um crescimento sensível de casos no ano de 2009 – em alguns lugares, já se configurando como epidemias. Isso, porém, não ocorreu em Fernandópolis, garante. Martins atribui ao bem-sucedido “arrastão” realizado em fevereiro os reduzidos números, comparativamente a outras cidades da região noroeste.

CIDADÃO: Qual é a real situação da dengue?
MARTINS: Em 2008, tivemos 25 casos de dengue, 22 nossos e três “importados”, que é como chamamos. Este ano, temos 89 casos nossos e 18 “importados”. O que, a princípio, pode aparentar que a situação piorou, na verdade não é bem assim. Em Votuporanga, que no ano passado teve menos que os nossos 25 casos, há agora 238 casos. Em Ouroeste a situação já é de epidemia, já está chegando a 100 casos. Em situação assim, já nem se faz exame de dengue: já se começa a tratar a doença. Indiaporã registra 24 casos, Estrela D’Oeste, uma cidade de 4 mil habitantes, tem 41 casos, ou o equivalente a quase 50% dos casos de Fernandópolis. Nós fomos elogiados na DRS de Rio Preto pelo trabalho de combate que fizemos, com o arrastão antes do tempo das chuvas. No contexto da dengue na região, nós fomos elogiados, porque no ano passado havia surto, este ano tem epidemia. Se o arrastão não tivesse sido feito, teríamos uma epidemia de dengue terrível em Fernandópolis.

CIDADÃO: Qual é o diagnóstico da cidade?
MARTINS: Na região de Fernandópolis, a doença pode ser considerada controlada. Esse aumento se deve à situação muito mais grave deste ano em relação ao ano passado. Limeira tem mais de 500 casos. O que está acontecendo é um elevado aumento regional de casos, sendo que Fernandópolis tem 300% de aumento de casos, mas e Votuporanga, por exemplo? O aumento lá é superior a 1000%.
CIDADÃO: Estamos em plena semana estadual de combate à dengue. O que pode ser efeito nessa situação especial além dos procedimentos de praxe?
MARTINS: Nada, nada. O que está acontecendo é o seguinte: O surto da dengue deste ano é conseqüência das ações do ano passado, porque nós tivemos o cuidado de fazer um arrastão em fevereiro, tirando os vasos e outros objetos que podiam servir de berçário. Fizemos o arrastão na hora certa em relação às chuvas. Por isso é que nosso índice está baixo. Agora, o procedimento é o de “cercar o quarteirão”, ou seja, procurar os focos no lugar onde a pareceu um doente.
CIDADÃO: Qual a razão da sua revolta com o noticiário?
MARTINS: Veja bem: no ano passado, estávamos entre as 25 cidades do Estado de São Paulo com maior número de casos de dengue! Quando assumi, fui convidado para uma reunião com o secretário estadual da Saúde, Barradas Barata, para tentar equacionar a questão. Ele nos alertou para as perspectivas de aumento de casos de dengue em 2009. Decidi fazer um arrastão abrangente, bem feito, minucioso. Hoje, somos uma das cidades em que o índice cresceu menos. A situação está pior no geral do Estado, mas em Fernandópolis a coisa melhorou muito.