Número de transplantes de órgãos e tecidos bate recorde em 2008

20 de Agosto de 2025

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Número de transplantes de órgãos e tecidos bate recorde em 2008
O Estado de São Paulo fechou o ano de 2008 com o maior número de transplantes de órgãos e tecidos de sua história. Um balanço da Secretaria de Estado da Saúde aponta que no ano passado foram realizadas 7.683 cirurgias, resultado 26,7% superior ao registrado em 2007. Na média houve 21 transplantes por dia, ou seja, quase um por hora.

Do total de transplantes realizados pelos hospitais paulistas no ano passado, 1.485 foram de órgãos, dos quais 812 de rim, 430 de fígado, 122 de pâncreas, 74 de coração e 47 de pulmão. Além disso, houve 6.198 cirurgias de córneas, consideradas tecidos.

Em Fernandópolis, a doação de órgãos não é realizada pela Santa Casa de Misericórdia por falta de estrutura. De acordo com o hospital, há alguns anos tentou-se viabilizar uma parceria com o Hospital de Base de São José do Rio Preto (HB) para realização de transplantes, mas a falta de estrutura técnica e de equipe dificultou a parceria.

Já no HB, foram realizados em 2008, 276 transplantes, segundo a assessoria de comunicação do hospital esse número varia de um ano para o outro. Os transplantes mais realizados pelo Hospital de Base são o de rim e córneas (tecidos). Já no estado a maior procura é pelo fígado e rim. Este ano o HB já realizou 16 transplantes de rim, 15 de córneas, cinco de medula óssea e dois de coração.

Ainda segundo a assessoria do HB, a fila de espera para transplantes é regionalizada. Estão à espera cerca de 300 pessoas para transplante de rim; 16 para córneas e 11 de coração. Quanto ao transplante de medula óssea, o hospital só realiza o procedimento em pacientes “aparentados”, por isso não há filas de espera, informou a assessoria.

O universo de doadores de órgãos e de córneas é diferente. Para viabilizar um transplante de órgãos o potencial doador deve estar em quadro de morte encefálica, mas com o coração ainda batendo. Já as córneas podem ser retiradas mesmo após a parada cardíaca do paciente.

No caso dos órgãos que podem ser transplantados em vida, como o rim, uma das opções para não aguardar na fila de espera é encontrar um doador compatível dentro da própria família.


Fernandopolense doa rim para salvar vida da mãe

Em 2007, a fernandopolense Ângela de Oliveira Costa doou um rim para sua mãe, Amélia, no Hospital de Base. Ângela e sua família passaram muitos anos presenciando o sofrimento da mãe, que por problemas renais era obrigada a fazer hemodiálises e se submeter a sacrifícios.

Ângela conta que a mãe praticamente não podia beber água, eram apenas 10ml, apenas para molhar a boca, isso quando os alimentos não ficavam trancados, porque dona Amélia não podia comer qualquer tipo de alimento. Tudo era feito sem sal, mas a vontade de comer outro tipo de comida era tanta que por vezes se pegou procurando alimentos para comer escondido.

Diante do sofrimento e da interminável lista de espera por doadores compatíveis, a família de dona Amélia se reuniu para decidir quem faria os exames para salvar sua vida. Os irmãos de dona Amélia que teriam maior chance de compatibilidade se negaram a fazer os exames por medo da cirurgia.

Seu marido, José Gonçalves da Costa, é diabético e não poderia fazer a doação. Só restaram os filhos. Um deles aceitou fazer a doação, mas depois do segundo exame, dos 75 necessários, desistiu por medo.

Foi então que Ângela se dispôs a enfrentar os exames para salvar a vida da mãe. Com 50% de compatibilidade, fez os exames e partiu para a cirurgia, que acabou sendo um sucesso.