No Evangelho deste Domingo Jesus ensina os discípulos a respeito do juízo final. Não é uma parábola, um chamado à conversão, uma ameaça ou descrição aterradora do que acontecerá no final dos tempos, mas uma síntese das exigências do Evangelho a respeito do juízo final. Fala do juiz e dos que serão julgados. A Igreja professa sua fé em Jesus – Messias e Juiz – reconhecendo nele Cristo, o ungido de Deus. A pessoa e a missão de Jesus receberam o justo reconhecimento, confirmação sobre a qual não paira nenhuma dúvida.
Aqueles que estão sendo julgados irão receber, diante do Filho do homem Jesus, o conhecimento a respeito das atitudes, o conhecimento de si mesmo. Será confirmado o que o evangelho diz a respeito da pessoa e o que dela se exige.
Jesus foi o Messias de Israel, mas não só; recebeu e cumpriu a missão de redimir, salvar todos os povos. Não será o Messias glorioso que os judeus esperavam ou a visão dos cristãos a respeito de Jesus. Será o Messias aguardado por todos os povos e a todos reunirá.
Jesus é o Filho do homem, cheio de poder e majestade, mas também é o pastor. O filho do homem, na sua glória, rodeado de anjos. Quando da sua passagem pela terra santa procurou reunir as ovelhas perdidas da casa de Israel, mas elas não o aceitaram. Agora, pastor e rei, divide o seu rebanho entre ovelhas e carneiros.Exerce o cargo que Deus Pai lhe confiou.
Jesus era rei, mas a sua realeza estava oculta sob o véu da humanidade. Foi dada a conhecer ao povo pela inscrição no alto da cruz. No julgamento manifesta-se a realeza do Messias: “Sobre seu manto e sobre sua coxa tem escrito o seu nome: Rei dos reis, Senhor dos senhores” (Ap 19,16). Desde a criação do mundo o reino de Deus estava preparado. A culpa do ser humano e as conseqüências provocadas pelo pecado no decorrer da história não conseguiram atravancar o rumo traçado por Deus para que a humanidade chegasse ao seu objetivo.
Os que fizeram a sua vontade, vivendo a perfeição, experimentarão a alegria. Tomarão posse do reino, como se toma posse de sua própria herança. Jesus, que no meio da história tomou posse da herança, quando ressuscitou dos mortos, foi constituído herdeiro universal não para usufruir sozinho da herança, mas como o primeiro dentre muitos irmãos. Irmão na vida terrena, nos caminhos da história, também vive essa dimensão na vida celestial.
Cristo havia estabelecido a regra quando alguém recebia o discípulo estava recebendo o próprio mestre. Agora essa norma de conduta é estendida a todos os povos. Quem serve o outro sabendo ou não serve ao próprio Cristo, o irmão mais velho. A caridade realizada em benefício do próximo é serviço prestado a Cristo.
O cristão sabe que a fé que possui deve se concretizar em atitudes simples. A simplicidade coloca-se em contraste com palavras grandiosas sobre a fé. Uma fé esclarecida deve se expressar no serviço aos mais humildes.
Os que estão do lado esquerdo, diante do Rei-juiz, viram a necessidade dos irmãos, mas não se dispuseram a ajudar. O que vale são as obras, não o pensamento. Não bastam lamentações, sentimentalismo, ou comiseração com os sofredores, mas é necessário ajuda concreta aos que sofrem. Admiram-se da afirmação, pois tem a certeza que se tivessem visto, se fosse reconhecido, jamais se furtariam a serví-lo. Não compreenderam que Jesus se faz presente nos pequenos, que está escondido em cada um deles.
Pensavam que amar a Cristo e o amor ao ser humano era algo distinto. Olhavam o seu Senhor, mas não enxergavam aquele que estava a seu lado. O que deixaram de fazer ao próximo, ao necessitado, na verdade deixaram de fazer a Jesus. Neste Domingo em que celebramos a Festa de Cristo Rei, tenhamos a certeza que acolhendo o irmão necessitado estaremos acolhendo o Cristo. Amém! Assim Seja!