A parábola dos talentos apresenta a comparação do Reino do Céu com o dono de uma propriedade que vai viajar. Antes da viagem chamou os seus empregados e confiou a cada um uma quantidade de moeda: a um deu cinco talentos, a outros dois e ao terceiro um talento, de acordo com a capacidade de cada um. Dois tomaram atitudes iguais: foram negociar o dinheiro e o terceiro enterrou a moeda.
Ao voltar da viagem pediu que cada um prestasse conta dos bens que lhe fora confiado. Os dois primeiros que haviam aplicado a soma recebida prestaram contas e foram convidados a participar do banquete. O terceiro que enterrou a moeda foi censurado, privado de seus bens que foram entregues ao primeiro que recebera cinco talentos e havia administrado corretamente.
O homem que vai viajar é Cristo. Encerrou a sua caminhada na terra, deixando à Igreja – Apóstolos e fiéis – os bens, os mistérios do reino. Mais tarde voltara e pedirá contas a canta um. Confiou a sua Igreja uma soma considerável – cinco, dois e um talentos – dando uma idéia do altíssimo valor dos bens espirituais confiados por Jesus a seus empregados. Bens preciosos que devem ser administrados durante a ausência do Senhor até que Ele volte.
Os talentos foram confiados segundo a capacidade de cada um não para receber lucros exorbitantes, mas para estimular as pessoas a desabrocharem plenamente suas capacidades. O que se espera é o amadurecimento da pessoa em relação à comunidade e a vocação de realização absoluta, plena, a vida eterna.
Aquele que havia recebido uma moeda de prata foi enterrá-la por medo, pois o patrão era muito duro. O argumento usado pelo empregado preguiçoso a respeito de Deus realça a importância e a responsabilidade que a pessoa tem ao aceitar os dons divinos. O servo preguiçoso é censurado pelo seu desinteresse e recebe o severo juízo de “mau”, mostrando que mau não é só aquele que pratica a maldade, mas quem deixa de fazer o bem.
Essa parábola mostra a responsabilidade daqueles que receberam os bens, os mistérios do reino, e que devem administrá-los diligentemente na ausência de Cristo, pois quando Ele voltar os administradores deverão prestar contas. Aqueles que não administraram bem os tesouros do reino serão condenados como o servo preguiçoso e excluídos do banquete. Os bons administradores serão convidados a participar do banquete que Deus prepara no céu. Reunidos para a celebração eucarística, dando graças a Deus somos chamados a acolher o convite para sermos servos diligentes, fiéis trabalhadores do reino do Senhor, administrando os talentos recebidos, usando nossas capacidades, nossa criatividade e energia em prol do reino do céu. A vivência cristã exige do seguidor de Jesus seriedade, responsabilidade em relação aos dons que Deus lhe confia na pessoa de Cristo. Ao término da vida não existe a possibilidade de não prestar contas. A participação no banquete, a vida eterna, depende do uso correto dos bens confiados. O discípulo atento fará com que os bens recebidos do seu Senhor frutifiquem ao máximo, enquanto o outro ficará paralisado pelo medo e quando tiver que apresentar-se ao Senhor, o fará de mãos vazias. No reino dos céus a única forma de multiplicar os talentos recebidos e coloca-los generosamente e gratuitamente a serviço do próximo. Quando marcando pela disposição em servir, usar os talentos para ajudar aquele que necessita, mais atrairá para si as bênçãos de Deus. Desprendido de si mesmo, pensando somente no outro, é a resposta que Jesus espera: amor em benefício do próximo, sinal da fecundidade no coração. É isso o que Cristo espera de nós, que frutifiquemos em boas obras e cresçamos no conhecimento de Deus. Nós vivemos para o Senhor e trabalhamos para Ele. A recompensa concedida por Deus aos seus fiéis servos é superabundante. A superabundância é uma característica de Deus. Amém! Assim Seja!